Introdução ao Cálculo Finito
Derivada de uma sucessão
Dada uma sucessão un, tem-se que
(un)′=Δun=un+1−un
Neste caso, toma-se a definição usual de derivada (razão incremental), mas define-se h=1 sempre.
Teorema Fundamental do Cálculo Finito
A soma de todas as derivadas desde zero até n−1 é igual a un−u0. Assim, tem-se
DEFINIÇÃO
k=0∑n−1Δuk=un−u0
É de notar que un−u0=[un]0n=un∣0n (notação de integral).
Demonstração
Δu0=u1−u0Δu1=u2−u1Δu2=u3−u2Δu3=u4−u3⋮Δun−2=un−1−un−2Δun−1=un−un−1 Somando todos os termos, vemos que quase todos se anulam, ficando assim apenas com duas parcelas:
k=0∑n−1Δuk=u1−u0+u2−u1+u3−u2+u4−u3+…+un−1−un−2+un−un−1=−u0+un=un−u0
Tal como em cálculo diferencial, existe uma sucessão cuja "derivada" é igual à própria sucessão.
Em calculo finito, esta é a sucessão un=2n.
Demonstração
Δ2k=2k+1−2k=2k(2−1)=2k
Somas fechadas do tipo aⁿ
Tome-se
k=0∑n−12k
. Sabe-se que 2k=Δ2k logo, tem-se
k=0∑n−12k=k=0∑n−1Δ2k=[2k]0n=2n−1
e, generalizando, tem-se:
DEFINIÇÃO
k=0∑n−1ak=a−1[ak]0n=a−1an−1,a=0,1
Polinómios fatoriais
Note-se, primeiro, a definição de polinómio fatorial:
DEFINIÇÃO
Para cada r∈N, a polinómio fatorial de uma sucessão un define-se como se segue:
(un)r={ 1unun−1…un−(r−1)se r=0se r≥1
De uma forma muito informal, nota-se que em vez de decrementar a expressão na sua totalidade,
decrementa-se o valor de n.
Assim, como exemplo, tem-se
n3=n(n−1)(n−2)
(2n+1)3=(2n+1)(2(n−1)+1)(2(n−2)+1)=(2n+1)(2n−1)(2n−3)
Derivada do polinómio fatorial
Δnr=(n+1)r−(n)r=(n+1)(n)…(n−(r−2))−(n)…(n−(r−2))(n−(r−1))=n(n−1)…(n−(r−2))×(n+1−(n−r+1))=r⋅nr−1
DEFINIÇÃO
Derivada do polinómio fatorial
Δnr=r⋅nr−1
Pode-se também tirar o valor de nr desta expressão:
Δnr+1=(r+1)nr⇔nr=Δ(r+1nr+1)
Como exemplo, determina-se a soma fechada para k=0∑n−1k:
Pega-se na função k2:
Δk2=(k+1)2−k2=(k+1)k−k(k−1)=k(k+1−(k−1))=2k
(ou, alternativamente, pela forma direta na definição acima)
donde se tira que k=21Δk2.
Logo, pode-se reescrever o somatório para algo com que já se sabe trabalhar:
k=0∑n−1k=21k=0∑n−1Δk2=21(n)(n−1)